A reabsorção radicular como sequela do tratamento ortodôntico foi o foco desta revisão de literatura, que objetivou rever e elucidar seus mecanismos bioquímicos, fatores influentes inerentes ao tratamento ortodôntico e inerentes ao indivíduo. Observou-se que o processo de reabsorção é relacionado à hialinização do ligamento periodontal, iniciando-se concomitantemente ao processo de eliminação do tecido hialinizado e, aparentemente, regulado pelos mesmos moduladores inflamatórios, tais como prostaglandinas, interleucinas e fator de necrose tumoral-a, demonstrando íntima sua relação com este mecanismo. O processo de reabsorção poderia ainda ser inibido por substâncias associadas ao metabolismo de cálcio relacionadas à inibição de uma ou mais funções próprias de odontoclastos: hormônio tireoidiano (T4), bisfosfonatos, calcitonina, echistatina. Outras substâncias, tais como os fatores de crescimento semelhantes à insulina, ativador do receptor do fator nuclear kappa β, osteoprotegerina, fosfoforina dentinária e sialoproteína dentinária, detectadas localmente durante movimentação ortodôntica, não teriam seu papel esclarecido no processo de reabsorção. Estas, juntamente à enzima fosfatase ácida resistente a tartrato (TRAP, observada em odontoblastos e odontoclastos ativos), poderiam ser ao menos indicadores de ocorrência de reabsorção. A reabsorção prolongada após o tratamento ortodôntico está relacionada a outras causas, que não o tratamento.
Artigo publicado em: RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v.59, suplemento 0, p. 103-111, jan./jun., 2011.Baixar texto completo (download full text).